Shakespeare a requerimiento de abogados brasileños

 

Ele, Shakespeare, Visto por Nós, os
Advogados

José Luiz Alquéres e José Roberto de Castro Neves (orgs.)

Rio de Janeiro:
Edições de Janeiro, 2017, 200 pp.

ISBN:
9788594730114

Com
organização de José Luiz Alquéres e José Roberto de Castro Neves, que assina um
dos ensaios do livro, Ele, Shakespeare, visto por nós, os advogados é uma ideia
e uma realização desafiadoras. O livro traz textos de alguns ilustres advogados
que se apaixonaram pela obra do mais famoso dramaturgo inglês e que, em ensaios
escritos exclusivamente para a publicação, compartilham indagações instigantes
não só no meio jurídico ao abordar questões como “para a formação de um
advogado, basta conhecer as leis?”, “para um juiz cumprir sua função é
suficiente dominar o ordenamento jurídico?” ou “os bons juristas são formados
apenas com o estudo do Direito?”.

Destacados
em suas respectivas áreas de atuação, cada um com sua sensibilidade e percepção
singular dos temas a que se dedicam, os advogados deixam claro que, dependendo
do ponto de vista, Shakespeare está mais para elementar do que para
sofisticado. “Possivelmente o melhor intérprete da humanidade, Shakespeare,
como toda boa literatura, nos torna mais próximos de nós mesmos e nos convida a
pensar.”

Além de ser
mais uma demonstração do encanto de advogados, juízes, professores de Direito e
juristas com o monumental legado de Shakespeare, o livro traz assinaturas de
peso. Miguel Reale Júnior trata de Ricardo
III
, cuidando do mal e do poder. Tercio Sampaio Ferraz Júnior fala, a
partir da obra do Bardo, da legitimidade no exercício do poder. Marcelo Muriel
aborda o mesmo tema de outra forma, ao falar de Ricardo II. Luís Roberto Barroso apresenta Júlio César, com uma apreciação acerca do poder. Joaquim Falcão
examina Macbeth e as consequências
dos nossos atos.

Antônio
Pitombo oferece um exame da culpa em Tímon
de Atenas
. Cláudio dell’Orto traz uma visão do feminino em A megera domada. Gustavo Fleichman dá
sua interpretação de Medida por medida.
Gabriel Leonardos explica a concorrência desleal na obra de Shakespeare. Selma
Lemes nos leva à Veneza para explicar o mundo do Bardo. Gilberto Giusti conta
como a autocomposição de conflitos se dá em Os dois cavalheiros de Verona. Em
tom mais pessoal, Andréa Pachá opta por mandar uma carta para o autor. José
Alexandre Tavares Guerreiro ensina sobre a equidade em Shakespeare. Judith
Martins-Costa desnuda a incoerência e a contradição humana a partir do cânone
shakespeariano. Francisco Müssnich tira reflexões sobre as desventuras do mundo
contratual do Soneto 87. Por fim, José Roberto de Castro Neves fala dos
canalhas nas peças de Shakespeare – e de como eles nos são familiares.

XXX

 

William Shakespeare (1740)

Diseño de William Kent (1685-1748) y entalladura de Peter Scheemaker (1691-1781)

Abadía de Westminster (Londres. UK)

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